Uma entrevista que vai dar que falar
Os nossos semanários estão especializados em entrevistas bombásticas. Tem sido rara a semana onde ou no Sol ou no Expresso não há uma personalidade pública a dizer coisas chocantes no bom ou mau sentido.
Hoje temos no Expresso uma entrevista a um inspector-geral da Administração Interna, «juiz-desembargador que nos últimos dois anos tem observado e fiscalizado as polícias», que merece ser olhada com atenção..
Ele critica frontalmente as chefias por não controlarem o que considera «muita impertinência, muita intolerância e muita impaciência por parte da polícia». Vale a pena ler esta entrevista em papel, porque na versão virtual do Expresso falta muita coisa, mas podemos sublinhar a frase “Alguns jovens oficiais da GNR encaram o cidadão como inimigo”. (só os 'jovens oficiais'? creio bem que os 'velhos oficiais' ainda são piores) Claro que também acrescenta: «Vamos dar prioridade às condições de trabalho. Ninguém consegue em condições execráveis ter uma relação fluida com o cidadão»
Pois é. Que as condições de trabalho sejam péssimas, acredito que sim. Que lhes falte tudo e seja exigido imenso, também aceito. Mas a cortesia no relacionamento com o cidadão não custa dinheiro e, apesar de haver excepções a aplaudir, o certo é que de uma forma geral a relação «da autoridade» com o vulgar cidadão se pauta a maioria das vezes por uma arrogância e autoritarismo que não beneficia a sua imagem e predispõe contra eles muita gente.
É tempo de se repensar tudo isso.
(atenção, já consegui o link; está AQUI )
Hoje temos no Expresso uma entrevista a um inspector-geral da Administração Interna, «juiz-desembargador que nos últimos dois anos tem observado e fiscalizado as polícias», que merece ser olhada com atenção..
Ele critica frontalmente as chefias por não controlarem o que considera «muita impertinência, muita intolerância e muita impaciência por parte da polícia». Vale a pena ler esta entrevista em papel, porque na versão virtual do Expresso falta muita coisa, mas podemos sublinhar a frase “Alguns jovens oficiais da GNR encaram o cidadão como inimigo”. (só os 'jovens oficiais'? creio bem que os 'velhos oficiais' ainda são piores) Claro que também acrescenta: «Vamos dar prioridade às condições de trabalho. Ninguém consegue em condições execráveis ter uma relação fluida com o cidadão»
Pois é. Que as condições de trabalho sejam péssimas, acredito que sim. Que lhes falte tudo e seja exigido imenso, também aceito. Mas a cortesia no relacionamento com o cidadão não custa dinheiro e, apesar de haver excepções a aplaudir, o certo é que de uma forma geral a relação «da autoridade» com o vulgar cidadão se pauta a maioria das vezes por uma arrogância e autoritarismo que não beneficia a sua imagem e predispõe contra eles muita gente.
É tempo de se repensar tudo isso.
(atenção, já consegui o link; está AQUI )
8 comentários:
Vou tentar ler com toda a tenção.
Mas acho que é por demais evidente que o trato, quer da pol+icia quer da gnr, melhoraram muitissimo.
Claro que pode e tem que melhorar mais.
Melhoraram quando o ponto de referência é aquele que sabemos. E, falando por mim, tenho encontrado alguns polícias muito educados, sem dúvida. Mas, olha que se destacam! Porque ainda encontro bastantes muito arrogantes, com a segurança que sentem por a sua palavra valer mais do que a nossa.
É bem interessante.
Eu li há bocadinho (nem sempre abro primeiro o Pópulo!) e o que penso é que sendo interessante, afinal diz-nos que o «rei vai nu» o que a gente sabia... Mas é bom ouvir que o «rei vai nu» por alguém da comitiva do monarca!
Uma das coisas que achei interessante é o senhor ser conhecido por não ir a festas e dizer que vai ao Dia da Polícia e ao da Guarda e já chega. Afirma que é indecente (não diz assim) haver falta de tudo e mais alguma coisa e depois fazerem-se festas onde se gasta uma pipa de massa.
Estou plenamente de acordo, não nesse caso mas nos que conheço. Assim como sempre achei uma estupidez quando um dirigente visita um seu serviço, se mostrar o aspecto mais bonito, se irem comprar copos à pressa, toalhas de papel para a casa de banho, coisas desse tipo, quando o correcto seria mostrar exactamente o lado miserável desse serviço!!! Se está tudo embandeirado, com flores e a brilhar, eles até pensam que é assim todos os dias. Que parvoíce.
Bom dia aos que por aqui andam e aos outros também.
Sobre este assunto, ouvi hoje, que as associações sindicais doas polícias, acolheram com bom grado as críticas feitas. Parece-me um bom sinal, veremos as consequências.
Também li o texto em papel (tem menos relevo do que parece quando se vê no 'virtual'...) e acho o tipo desempenado. Quem leva pela medida grande são as chefias!
Lá diz o que creio todos pensamos - qual a ideia de haver duas polícias? Mais tarde ou mais cedo, diz ele, elas terão de ficar numa só!!!
Eu devo «ter um problema com a autoridade» como dizem os psis. Mal vejo uma farda fico logo de mau humor. Eles nem precisam de implicar que eu já estou desconfiado...
Pois é, infelizmente a maior parte dos nossos policias são mal educados e arrogantes, pensam que por ter uma farda financiada pelo estado, ou seja, por todos nós que são melhores que os restantes cidadãos... isto deixa-me triste porque quando a função deles é nos proteger, parece que estão contra nós, olham como se nós fôssemos seres abaixo deles... Isso chateia e é claro que nos deixa uma imagem da nossa policia má... Enfim, apesar de já se notar que muitos policias já perceberam a sua verdadeira função, muitos outros ainda continuam a "viver lá no alto"... acho que isto passa muito pela falta de formação neste campo , tem que existir uma mudança de mentalidades e isso só se consegue assim, formando... vamos lá ver...
Por acaso, para ser justa, os polícias de formação mais recente, mais jovens, são de um modo geral mais correctos e de um trato mais simpático. E, evidentemente, que se trabalham em péssimas condições não podem andar de muito bom humor.
Mas há balizas. Podem estar distantes e frios, mas sem arrogância. Como disse o Quintal, a função é ajudar o cidadão comum e não desconfiar dele, à partida.
Enviar um comentário