terça-feira, novembro 27, 2007

As tempestades em copos de água

Já ando um tanto farta desta história dos magistrados e da administração pública.
Para o cidadão comum parece barulho a mais.
Ainda agora li que “inclusão dos juízes e magistrados do Ministério Público na proposta de lei de vínculos e carreiras da função pública
é uma afronta desnecessária". Livra!!!
Eu sei que os magistrados, pelo menos alguns, têm uma noção muito séria da sua função. Lembro-me uma vez, já há anos, onde num grupo de trabalho nos estávamos todos a apresentar enunciando a nossa formação – João, sociologia, Teresa, medicina, António, arquitectura, e quando se ouviu - Paulo, magistrado, houve uma pausa e toda a gente se entreolhou com alguma surpresa. Aquilo caiu mesmo mal, pelo tom em que tinha sido dito, e passámo-nos a referir a ele sempre pelo “senhor magistrado”

Mas esta discussão toda parece ir longe de mais. Claro que a magistratura se encaixa no 3º poder: o Executivo, o Legislativo e o os Tribunais. OK.
Mas também é verdade que para o homem da rua, comum mortal, há a ideia de que «tudo o que não é trabalho privado é porque é público» e arruma-se assim a sociedade civil e militar não civil.
O resto, se as carreiras são outras, etc, etc, pode estar muito certo, mas já chega.
Por outro lado mostra a que ponto tão baixo já desceu o conceito da AP.
– O senhor é funcionário?
– EU??? Por quem me toma?!!



7 comentários:

Anónimo disse...

Olha Emiéle, cá para mim o Governo meteu mesmo uma argolada, mas realmente já não há pachorra para os excelentíssimos magistrados. Não há a menor dúvida de que se acham muito superiores a toda a gente. As regras são feitas por eles e para eles.

Lá por isso, parece-me que os deputados também...

Anónimo disse...

Penso como a Joaninha - o governo meteu o pé na poça e lá emendou a mão. Talvez a coisa ficasse assim a modos que mal amanhada, mas amanhada ficou. Os outros é que não se calam. E afinal...?
Ganham muitíssimo mais.
Têm diversas regalias de que ninguém fala.
Tem mais férias.
Regulam-se a si mesmos.
Que raio querem mais?....

Anónimo disse...

Já viram uma família onde um deles é magistrado e o outro deputado?
UAU!!!

josé palmeiro disse...

Mary, como deve ser BOM!
Mas lá que houve argolada, isso houve.

cereja disse...

Houve sim, Zé Palmeiro, mas o certo é que tenho pouca pachorra para vedetas e é essa a minha experiência. Como dei a entender no post, trabalhei em tempos numa comissão que englobava várias formações, e sendo essa pessoa 'destacada' para ali, e fazendo rigorosamente o mesmo trabalho que eu fazia (aqui para nós, até menos...) e estando na mesma posição 'hierárquica', a verdade é que o seu salário era o dobro do meu e tinha mais férias...E a história que contei no post foi exactamente assim. Só não disse que um dos colegas se virou para o lado e comentou a meia voz «magistrado? que é isso? alguma coisa de comer?» o que provocou um riso abafado.

josé palmeiro disse...

Mas o sentido que eu quis dar, foi exactamente esse, que exprimes. Magistrado, ainda é uma palavra mágica.

cereja disse...

:)
Se calhar desta vez fui eu que não tinha entendido bem.
Como dizes, é uma palavra mágica e eles bem o sabem.