terça-feira, agosto 14, 2007

As cores e os preconceitos


Mesmo que pensemos que fugimos aos preconceitos, acabamos por nos submeter a eles. Claro que, quando falo em ‘preconceito’ penso em mim, mas estou convencida de que não sou caso único. A roupa que vestimos e as cores que escolhemos têm um significado. Aprendemos que «vestir bem» é saber coordenar cores de um modo harmonioso, embora a moda, que está sempre a variar, já ensine que muitas vezes cores consideradas incompatíveis afinal ligam lindamente…!
No outro dia (ainda antes de férias, é claro) ia de metro a ler uma revista e quando levanto os olhos reparo que à minha frente se tinha sentado uma senhora. Não quis olhar fixamente, que a boa educação não o aconselha, mas era impossível não reparar nela. Vestia de uma só cor, facto que será natural. Se vestisse toda de preto, pelo tal simbolismo conhecido, eu pensaria que estaria de luto, ou se estivesse toda de branco podia imaginar que ia jogar ténis, ou … casar. Mas não senhora! Ela vestia completamente de cor-de-laranja.
Quando digo «completamente», quero dizer da cabeça aos pés. Levava umas calças laranja, e uma túnica exactamente do mesmo tom. Normal. Os sapatos também eram cor-de-laranja e a carteira igual. Já era um tanto excessivo. Mas quando reparei que o colar era cor-de-laranja, os brincos cor-de-laranja, as pulseiras cor-de-laranja, e até os aros dos óculos de sol eram cor-de-laranja, tive mesmo de fixar o olhar para confirmar que não me tinha enganado. Ali não se via um fiozinho de outra cor, só laranja fosforescente. .
Era impressionante! Fazia lembrar uma figura de banda desenhada, se por azar o desenhador tivesse acabado com todas as outras cores e sobrado apenas o laranja…
Contudo, reconheço que estava com preconceito! Se ela se vestisse de azul (mas em diversos tons, atenção! o que não era o caso) se calhar não me tinha chocado tanto. Era o tom berrante, e o ser tudo exactamente no mesmo tom que me dava a ideia de ela ter saído directamente dos Simpsons!

9 comentários:

Anónimo disse...

Conheço gente assim que veste dos pés à cabeça da mesma côr e nunca é uma côr discreta...Mas ouve lá eu que até gosto e muito de amarelo(o preconceito costuma ser contra o amarelo)e também de laranja tenho dificuldade em perceber como as próprias pessoas não se dão conta de que os monocromatismos raramente são suportáveis sobretudo em vestuário.AB

Anónimo disse...

Já agora chamo a atenção para a tradução que é belissima...já viste traduzir as lenga-lengas ,por exemplo, do dialecto?AB

Anónimo disse...

Claro que o comentário de cima se refere ao post sobre a "Rainha Luana"As minhas desculpas.AB

Anónimo disse...

Quando comecei a ler pensei que se tratasse de algum/a budista, ou então um adepto de desporto holandês (mas não havia qualquer competição que justificasse tal), afinal era pura moda "berrante" e nada de simbolismos...mas sentiste algo de agradável ou cativante(há pessoas "artísticas" que irradiam algo de fascinante) ou não sentiste esse tipo de energias??

josé palmeiro disse...

Como se indignam com coisas tão banais.
A Emiéle não disse, porque desconhece, mas a senhora, a dita "laranja" é muito simplesmente a primeira apoiante de "Marques Mentes", já em campanha!

Anónimo disse...

O José Palmeiro refere-se ironicamente a uma possível apoiante do PSD!? Estou um pouco fora dos candidatos reais em Port. Realmente esse partido sempre usou laranja. Alguns turistas holandeses em Port. acharam estranho...pensavam que os portugueses tb seriam apoiantes da família real holandesa ou que a cor era exclusiva deles...(Ah! Ah!)A família real e seus apoiantes já usam há alguns séculos a cor simbólica laranja por terem no nome da sua descendência "Huis van Oranje", literalmente "Casa do(s) Laranja". Em português soa bem ridículo...Ou será que esta senhora seria uma holandesa "ferrenha"?

Anónimo disse...

Também gosto de cores alegres, o amarelo (olá AB!) é muito bonito e gosto do laranja, mas o que dizes é de meter medo ao susto! Porque não tem apenas a ~ver com a cor em si, tem a ver com o que a B chamou de «monocromatismo».
Se a criatura se vestisse de roxo, dizia-se dantes que ia mascarada de «senhor dos Passos».
É que pelo que dizes até o colar e os brincos eram do mesmo tom!!!!
Livra!

Anónimo disse...

Eheheheh!! Lia, vê-se mesmo que estás longe (felizmente!!!) cá da parvónia! Hoje em dia, realmente quando se pensa em «laranja» é mesmo no PSD que se pensa...
Mas, a senhora chiquíssima, não devia ser da comitiva. A andar de metro...

cereja disse...

Pois é isso. Até nem acharia mal, como disse «lá em cima» se fosse uma cor apenas mas em vários tons. Assim tipo «ton sur ton»...
Mas aquilo era uma nota só, é berante pra caraças!
s túnicas dos monges budistas são ocre, não é esse tom da dama.
Mas como eu pensei, eram preconceitos meus. final estou bem acompanhada.
:)