terça-feira, janeiro 30, 2007

Os bois e o carro

Também se podia falar de cavalos ou qualquer animal que estivesse atrelado a uma carroça. É da sabedoria popular que para uma carro andar o animal que o puxa tem de ir à sua frente. Sei lá se empurrando com a cabeça (no caso dos bois têm muita força na cabeça, é sabido…) ele não se moveria um pouco, mas prático não era…
Mas muitas vezes temos esse estranho costume – queremos que a carroça ande e esquecemo-nos de quem a vai puxar.
A ideia de limitar a entrada de carros nas cidades não é disparatada. Tem algum sentido, assim como o tem, que os próprios habitantes das cidades se desloquem em transportes colectivos ( ou de bicicleta quando possível). Mas para que tal seja possível havia que criar primeiro mecanismos que permitissem guardar os carros à entrada das cidades e facilitar depois a deslocação dentro delas.
Ontem falou-se em
instituir «portagens» à entrada das cidades. Hoje a Associação dos Municípios vem dizer que não concorda e que não discutiu tal assunto. Não sei bem em que ficamos, que o assunto é importante, não haja dúvidas, mas comparar Lisboa com Londres e Estocolmo, parece uma brincadeira. Quem fez a proposta já deve ter andado nos transportes de Londres, mas duvido que utilize regularmente os da nossa capital!




(acrescento por proposta de um comentário)

7 comentários:

Anónimo disse...

Devias por ao lado a rede do «nosso metro» para se ver...
temos um caso típico da galinha e do ovo: há muito carros porque os transportes são maus e os transportes são maus porque há muitos carros!!!!!

Anónimo disse...

Pusseste o dedo na ferida.
Na verdade, eu só uso carro, porque não há transportes públicos, minimamente, em condições.
Cito um caso: Para ter assesso ao combóio, tenho que me deslocar cerca de cinco quilómetros, até à estação mais próxima, que não tem condições para aparcar convenientemente e depois tomar o combóio, que segue em via ÚNICA, em todo o território algarvio.
Quanto ao resto, tudo deriva daqui, tens toda a razão em te interrogares, tal como a joaninha.

Farpas disse...

Chegar a Londres de comboio, sair em St Pancras, apanhar o metro ao lado de Kings Cross e a partir desse momento por apenas 4 libras tenho Londres ao meu alcance durante todo o dia. não saio nesta estação tenho sempre a outra lá ao fundo da rua... o metro chega a todo o lado... mesmo na periferia... Em Londres quase não há carros a circular, mas também porque não é preciso!...

...Deviam era preocupar-se em melhorar os serviços de transporte públicos em vez de compararem o incomparável, porque acreditem que se vocês se queixam nas cidades imaginem "cá fora" a tentar apanhar autocarros...

Anónimo disse...

Tens razão, Farpas, andar de camioneta ou comboio então é uma loucura. Até porque em muitas terras não há mesmo!
Em Lisboa e Porto, se calhar para quebrar a confusão do «ovo e da galinha» seria conveniente 'acertar' os timings: inaugurar parques dissuadores ao mesmo tempo que se limitava as entradas e assim que possível melhoravam-se os transportes públicos.

Anónimo disse...

É giro clicar no boneco e ver o Tub em grande!!! Aí é que o nosso parece uma minhoquinha.
Reparem que se posso meter a colherada na conversa, quanto aos autocarros pode dizer-se que não andam bem por haver excesso de carros particulares, mas então e o metro???? Poque é que demoram séculos a fazer as linhas e só agora estão a ter a idei de as cruzar?! E o metro não se embaraça com engarrafamentos.

cereja disse...

Tá bem visto, Joaninha. Só agora vi a tua ideia, e concordo!

E afinal estamos cheios de boa vontade. Também acredito que se houvesse uns bons transportes públicos o consumo dos combustíveis tinha uma grande baixa!

cereja disse...

Oh, mas que raio...!!! Não é que vi agora que o Rui Rio tinha dito exactamente o mesmo sobre o carro à frente dos bois!!!! Plagiei-o, imagine-se. :)))