quarta-feira, janeiro 24, 2007

Nim?

Estou confusa.
Li:

"Aqui todos estamos de acordo com a despenalização."

"É claro que não quero mulheres nos tribunais e a legislação deve ser alterada."

"Não queremos ver as mulheres objecto de devassas públicas nos tribunais"


E pensei que estava entre pessoas que desejavam modificar a lei que leva as mulheres a tribunal. Olhem!!???!!! Afinal eram posições de figura de proa do movimento que deseja continuar com essa mesma lei.
Dá para entender?
Entre eles muitos juristas que acham que as leis não são para cumprir?
Não devo estar a ver bem a coisa, não...!

10 comentários:

Anónimo disse...

É a tactica do POLVO, que a Isabel do Troll, tão bem descreveu, com o efeito MEDUSA, da tua autoria.
Mais explicações, para quê?

Anónimo disse...

Para te ser franca acho que os apoiantes do Sim estão a ser muito brandos. Há muita coisa a «desmontar» nas afirmações que andam a ser feitas e aparentemente deixadas cair.
Um exemplo: O famoso cartaz (pelo menos por Lisboa é o que se vê mais) que diz de um modo muito emotivo «Abortar como opção quando já bate um coração?" e deixa as pessoas impressionadas com essa tal imagem do coração a bater. OK. Era bom lembrar que a medicina concorda que se desligue a máquina que mantêm a vida quando se confirma a morte cerebral. Certo, não é? Portanto, a medicina acha que já não há vida, mesmo com o coração e os outros órgãos a funcionar, se existe morte cerebral. No caso do embrião de 10 semanas nem sequer o sistema nervoso central existe ainda. Vamos ser coerentes?!

Anónimo disse...

Muito bem visto, Joaninha!
A mim ima das pessoas que mais confusão me mete, nesta história é o inteligente (?) professor Marcelo. Onde é que o homem quer chegar???? Às vezes dá ideia de que só quer ser original!

Anónimo disse...

Tudo aquilo é uma lista de disparates. «Distinguir o erro da pessoa que o pratica»??? Mas sem ninguém a praticar onde é que existia o erro?
Marcelo então é muito inspirador: «É muito claro: sou pelo 'sim' à despenalização.» Ena, ena! «Se a questão fundamental é a prisão, concordo, acabe-se com ela» tudo isto diz o professor. E depois faz uma pirueta: «Só que a lei que vai ser referendada vai muito mais longe que a lei espanhola e permite uma livre escolha da mulher sem justificação, sem causa nenhuma» Como assim, sem causa nenhuma???!!! E se a espanhola é tão restrita como é que as mulheres portuguesas vão abortar lá? E são aceites? Com essa lei tão severa, que as inquere dos motivos pessoalíssimos que a levam a abortar???
Espero que nas suas aulas o senhor seja mais coerente do que aqui o é.

Anónimo disse...

Também o senhor Cristas tem a sua piada: «Francisco Louçã disse que a campanha do 'não' era financiada por milionários anónimos. Posso desmentir. Temos procurado, mas esses milionários ainda não apareceram» Se calhar por serem anónimos, não será? Mas como a Igreja anda tão empenhada pode ser o milagre da multiplicação das notas. De início eram apenas meia dúzia de eurozitos, mas com a ‘graça divina’ multiplicaram-se, multiplicaram, multiplicaram-se, e vai por aí fora sem parar. Que sorte!!!

Anónimo disse...

A eterna hipocrisia... fica mal condenar publicamente as mulheres.
Pelo menos a igreja é menos hipócrita quando afirma que é crime capital - diz o que realmente pensa- e aí só temos de lhes dizer: então não façam segundo a vossa consciência;
aos outros... sinceramente fico sem saber bem o que responder perante essas afirmações tão, tão... sei lá!

Rita Inácio disse...

Este referendo não é o referendo do aborto, trata-se do referendo da hipocrisia! Enfim!

Anónimo disse...

Estou contigo, Emiéle! Não sou burra e não acho lógica àquele raciocínio. Não querem que a mulher seja penalizada MAS no referendo vão responder "não" à pergunta
«Concorda com a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, se realizada, por opção da mulher nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?»

cereja disse...

Reparem que o curioso é que este raciocínio é praticado por gente com formação jurídica, que mais do que o público não formado, deveria lutar pelo respeito pela lei. E o que dizem é exactamente o oposto!!! Vamos manter a lei para a não cumprir. Ou então há algo que não entendo.

Rahael - essa do anónimo que devia ter nome, é também muito boa! mas para ser franca essa questão dos dinheiros é irrelevante. revolta-me mais que se combata com armas falsas. Aliás o primeiro argumento da Joaninha é muito bom - se se decreta a morte quando há morte cerebral quando ainda não há um cérebro o que se pode chamar?...

Anónimo disse...

Ainda cá voltei, porque ouvi agora uma que encaixa muito bem, para ilustrar quando se ouve o que se quer ouvir.

«Uma pecadora estava para ser apedrejada quando Jesus resolveu interceder em seu favor diante da multidão que ali estava. Jesus disse:
- Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. O português, presente em todos os lugares e épocas, empolgou-se, pegou, num enorme calhau e acertou em cheio na testa da desgraçada, que caiu redonda. Jesus, muito entristecido, foi direito ao português, olhou-o bem nos olhos e perguntou:
- Meu filho, diz-me a verdade, nunca erraste na tua vida?
- A esta distância não, nunca!!!»